


LAURO SENNA
Ator, autor e diretor.
O ator, diretor e dramaturgo Lauro Senna nasceu em 10 de agosto de 1953, na Maternidade Fernando Magalhães, no bairro de Cascadura, e viveu sua infância e grande parte da adolescência no Engenho de Dentro. Foi nesse histórico bairro da Zona Norte carioca que começou a desenvolver seus dotes artísticos no final dos anos 1960, quando foi convidado a subir no palco pelo amigo José Miguel, para cobrir a ausência de um dos atores do grupo de teatro da professora e psicóloga Rose Gama, na ABI – Associação Brasileira de Imprensa. Tratava-se de um esquete (peça de curta duração e poucos atores) criado como fechamento anual de trabalho com o grupo de alunos e pacientes. Ele foi, participou e fez! A partir daquele momento, nascia sua paixão pelo teatro. Foi dominado pela sensação de prazer ao realizar aquela singela participação cênica.
Tão empolgado ficou que, em uma bela manhã de 1978, Lauro Aguilar Senna de Aquino e Silva, incentivado pelo amigo Nardel Ramos, ator que havia trabalhado na novela Dona Xepa (1977), da Rede Globo, matriculou-se em um dos melhores cursos de teatro da época: o Curso de Teatro Jayme Barcelos, em Copacabana. Sacrificando-se para pagar suas mensalidades e comparecer a todas as aulas, ao final de dois anos ele exibiu orgulhosamente o certificado de conclusão. Nascia assim o ator Lauro Senna – Registro MT 3.128 e inscrição no SATED sob número 5.116, em 3 de julho de 1980.
Ao saber, pelos jornais da época, que os seriados da Rede Globo – Carga Pesada, Malu Mulher, Plantão de Polícia e Aplauso – estavam sendo gravados em estúdios no bairro da Usina, partiu determinado a conseguir trabalho. Dos quatro seriados lançados em 1979, Lauro teve participações significativas em início de carreira, como nos episódios A Aposta e O Último Olhar de Carga Pesada; Filhos Melhor Não Tê-los, de Malu Mulher; Correntes de Ferro e O Justiceiro, de Plantão de Polícia; e Deu Porco na Cabeça, de Aplauso. Ele também participou de outros núcleos da dramaturgia da Globo, como O Sítio do Picapau Amarelo, em parceria com a TVE – Televisão Educativa, nos episódios O Rapto do Rabicó e Abu Kir – Abu Sir. Daí em diante, sua carreira embalou com convites para interpretar outros personagens, como nos seriados O Bem-Amado (episódios Mão Preta e O Elefante Branco), A Inflação Está Morta, Viva a Inflação!, e também nas novelas Plumas e Paetês e Baila Comigo. Inclui-se ainda o especial de fim de ano Castro Alves e Seus Amores.
Nos anos 1980, Lauro teve destaque no seriado Caso Verdade, sucesso das tardes de semana. Entre 1982 e 1983, interpretou personagens em episódios como Mocinhos e Bandidos, A Caçadora de Vampiro, A Noite dos Insensatos, Viúvo Solitário e O Bravo Soldado Bombeiro. Durante esse período, teve o prazer de contracenar com expoentes da teledramaturgia, como Walter Dávila, Olney Cazarré, Flávio Migliaccio, Rosana Garcia, Dirce Migliaccio, André Valli, Zilka Salaberry, Jacira Sampaio, Arlete Salles, Raul Cortez, Regina Duarte, Antônio Fagundes, Stênio Garcia, Carlos Eduardo Dolabella, Hugo Carvana e outros. Foi dirigido por renomados diretores, como Milton Gonçalves, Reinaldo Boury, Marcos Paulo, Fábio Sabag e José Carlos Piery.
Lauro também se aventurou como autor. Escreveu o episódio UDA-57, Uma Viagem Terrível, dirigido por Milton Gonçalves. Empolgado, iniciou uma pesquisa em delegacias do Rio de Janeiro, criando o roteiro A Delegacia para Caso Verdade. No entanto, enfrentou a censura federal, que barrou a realização do trabalho. Frustrado, Lauro mudou-se para São Paulo em 1983.
Em São Bernardo do Campo, por conta de uma paixão, assumiu uma lanchonete no centro da cidade. Manteve contato com o amigo Taynã e dirigiu o Grupo Móbile de Teatro. Aceitou convite para atuar na peça A Lira dos Vinte Anos, de Paulo César Coutinho, dirigida por Silnei Siqueira, no Teatro Sérgio Cardoso.
Anos depois, ao ajudar seu pai em Saquarema, ouviu dele a frase que mudaria seu destino: “Quem montar uma firma para esse serviço aqui vai se dar bem”. Determinado, Lauro fundou em 1986 a São Bernardo Serviços Gerais Ltda., especializada em esgotamento de fossas, manutenção de piscinas e esterilização de caixas-d’água. Paralelamente, iniciou aulas de teatro para jovens locais e criou o Grupo Teatral Transgredindo o Balacobaco.
Destacou-se ao fundar o Teatro Municipal de Saquarema, inaugurado em 25 de setembro de 1991 com o apoio de Milton Gonçalves, que palestrou na abertura. Posteriormente, liderou a reforma da Casa de Cultura Walmir Ayala e a criação da Biblioteca Pública José Bandeira. Mesmo enfrentando desafios políticos e pessoais, Lauro manteve sua dedicação à cultura e à arte.
Anos depois, integrou a equipe de Luiz Paulo Corrêa da Rocha, assessorando-o na Assembleia Legislativa. Mesmo afastado do teatro por um tempo, continuou contribuindo como diretor, autor e mentor. Fundou a Cia Teatral Além da Arte e realizou projetos inovadores até os dias atuais. Sua trajetória demonstra resiliência e amor pela cultura brasileira. EVOÉ!
Eventos futuros
- A Onça e o bodesáb., 02 de nov.Rio de Janeiro
- Além do Ponto Finalter., 29 de out.Rio de Janeiro